domingo, 26 de abril de 2009

Topor, aceitação, desafio.

Atenções indevidas às palavras são dispensadas neste dia tão incomum após o entendimento; inebriante em sua cavalgada, atingiu-me por completo ao pôr-do-sol.


O que fazer se só o que resta é o fio de esperança que escorre como areia incandescente?



O que dizer quando tudo perde o sentido e a única chance de certeza é o fio de voz que insiste roucamente em sair?



Como entender que, mesmo consciente, sabendo dos riscos, aceitando os desafios, acreditando na possibilidade, antevendo, talvez, um futuro que nunca chegará... Como entender que não houve culpa? Explicar que o corpo pede e a gente se entrega? Como ver-te com a antiga serenidade? Com a mesma inocência? Com a mesma fraternidade?



Os sorrisos, ontem alegres e intransigentes, hoje são amarelos; não pleo tempo, mas por motivo tão simples que é plausível entender o porquê deste medo que afeta tua alma.



Expressões tímidas acompanhadas por conversas adultas revelam o saber latente que teimava em se esconde ante o medo da perda iminente.

A razão, prevalecente sobre a emoção, uma vez mais se ajoelhou perante nossa realidade expressiva e furiosa.



O que o nascer da lua reservará para estes mares insólitos que são nossos corações?



Já que se descortina a fumaça que revela o campo árido, recolherei minhas armas, embainharei minha espada sedenta por vitória para que não mais se conflite com internas sensações.



Resta apenas recolher-me no pacato refúgio em que se tornou teu ser; e, como ode a personificação do teu viver, desbravarei com lágrimas este tortuoso caminho no qual nossos corações se cruzaram, tocaram e reconheceram.



Incrível como os acordes são tão dissonantes após o alívio enaltecido pelo entendimento.



Como construir em tal castelo de areia?