sábado, 12 de setembro de 2009

Eterna Fronteira

Que a perigosa fronteira
Entre felicidade e morte em vida
Permita-me defrutar deste singular estado desconhecido.
Embora ainda incompleto,
Sinto um pouco de vida externa querendo pulsar.
Esta vida chama-me para a luz, embora uma luz fraca
Enfadonha e sonolenta.
Uns primeiros raios penetrantes revelam a desordem conseguida:
O desleixo por tudo que não seja nada além de ti.
Os olhos ainda ardem pela sentença imposta;
As mãos permanecem trêmulas como um frágil ramo ao vento.
Todos os ciclos dos sentimentos amarrados por tua essência.
Permanecem em voltas completas, apesar de algumas emoções corroerem as bordas.
As passagens entre as suas visitas e ausências ainda sufocam.
Um íntimo impulso perdura incessávelmente e alguns pensamentos induzem
O renovar de algumas esperanças.
Triste contemplação...
É tua distante aura de névoa.
Meus braços ainda anseiam por guardar-te
Na mais absoluta certeza de felicidade.
Clamo em silêncio
Por algo maior que não compreendo.
Simplesmente estar em teus olhos
E permanecer na mais eterna totalidade do Ser.

Amável Pássaro

Eu era apenas uma garota de sonhos.
Tinha um pouco de luz nos olhos e sorriso fácil.
Corria pela alameda cinzenta,
Fazendo apostas pueris para chegar.
Imaginava vidas lá fora, filmes de fantasia...
Até que te encontrei...
Um pássaro machucado,
Com asas aparadas por alguém, ou por si mesmo.
Olhos profundos, esquivos,
Mas perfeitamente legível para mim.
Então, não resisti.
E comecei a traçar sonhos, correr menos,
Esperar saídas.
Senti uma vontade incontrolável de proteger-te.
Estar, somente.
Busquei por caminhos que levassem meus dedos aos teus,
Tremi sem ar; tua barreira cinza frenou-me.
Mas te encontrei, então.
Não ousava mais voar; um medo traumático.
Tentei me convencer de um pressentimento;
Sensação conhecida.
Arriscar era a única escolha; e ela foi tomada.
Poesias e gestos, esperas intermináveis.
Esperanças douradas... puro devaneio.
A barreira agora é negra, nefasta.
E amputou-me os braços:
Doce e cruelmente.
As lágrimas da menina brandaram à escacez.
E agora, sou a menina amputada,
Fria como granito branco.
E tu começas a bater tuas asas, sem ameaçar voar...

Entrega

Separa de mim essa idéia.
Deixe de alimentá-la se não pode vivê-la.
Mata. Ceifa de vez.
Faz-me sentir a demasiada dor da desilusão. Profunda. Tirana.
Os estilhaços dessa quebra serão mais que perenes.
Os caminhos jamais de aprumam, afogam os sentidos.
Ou se preferires, se agradar teu coração,
Responda aos meus anseios, compartilhe teu sossego.
As palavras que já escritas esperam lacrimosamente.
Entrego, singela, minhas lágrimas,
Uma menina crescida
Com sonhos e anelos, medos e vontades.
Da-me a paz doce de tua companhia ou a paz amarga de teu desprezo.
Mas não a terrível luta de meus pensamentos.
Espero, assim.

Dias Infinitos

E esse sonho que não passa...
Dói e dói.
Aperta tanto que esvairece.
Marca, apunhala,
Castiga com desprezo e repúdio.
Desvia, chantageia sem verdade.
Emudece o olhar e as palavras.
Escurece o pensamento, já confuso em demasia.
E essa dor que não cessa...
Aperta mais do que poderia.
Junta a tormenta e o desalento,
Mostra a crueldade da emoção.
Martírio da alma, de seu projeto inacabado,
Fruto da razão.

Músicas Noturnas

Dos mais rebuscados sons brotam, às vezes, respostas silenciosas; incitam os sentidos na direção interna. Peuqenos movimentos iniciam-se, produzindo passeios por épocas imemoriáveis de saudades. Estalos de medo ofuscam os reais sentimentos e o breu aprisiona a expectativa. Prezada quietude, quase impossível. Resposta definitava ao tudo. O abandono das correntes promete uma razão clara, mas os braços incapazes fraquejam e prendem-se. Permanentemente escassos, sentidos de nada escapolem pelas decisões abruptas. Marcas tão profundas que se transformaram na própria face. Um reflexo turvo das medidas erradas forjadas nas quedas. E os sonhos nem ousam a mandar novas esperanças. Somente esses sons das árvores perduram nos sentidos centrais amenizando as ilusões.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Cachos

Cabelos cacheados perfeitos,
presente de genes tão raros,
são cachos de enlevo, de amparo
de números mágicos feitos.

Os números, fórmulas máximas,
de tudo, de todos no tempo.
Seus cachos refletem o intento,
de um mundo girando sem lástimas.

Cabelos cacheados, são ondas
de ventos e sons tribuzanos,
oceano perdido, um cigano
nas eras reboja, desponta.

Despontam de seus cachos estórias,
de mundos d'antanhos, de povos,
tais rostos me lembram os novos,
tais cachos remontam memórias.

Seus cachos são cachos apenas,
mas mostrarão pr'a mim, ao tocá-los
milhares de coisas, centenas
são mundos e espero alcançá-los.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tempestade

Hoje, permitirei o choro.
Não esconderei meus sentimentos ou fingirei que tudo está bem.
Hoje, gritarei e quebrarei os móveis.
Permitirei a paralisação; não sentirei nada.
Simplesmente jogarei tudo fora.
Sem medos, sem reservas.

Deixarei que a loucura invada a minha razão.
Serei medo, serei grito.

Hoje, não importa quem está aqui,
Não importa quem encontrarei
Ou quem por mim espera...
Hoje não importa o tempo, as palavras, o carinho.

Deixarei que a chuva me molhe,
Que o silêncio me cale,
Que a dor me faça chorar.
Sentirei raiva, melancolia, aflição...
E não me culparei por isso.

Serei eu; um barco a navegar em meio à tempestade.
Já não há o que dizer, o que fazer, o que querer...

E depois,
Ah... o depois!
O depois será quieto, o céu se abrirá,
A tempestade cessará.
Arrumarei meus destroços
E perceberei que sobrevivi
A mais uma tempestade dentro de mim.

Lamentos e lágrimas

Há horas em que penso
Que não vou suportar
Sinto tamanha dor
Tamanho desalento
Que o que há de bom em mim
Perde-se
Perde-se no nada
E o que resta?
O que resta é muito pouco
Pouco para amar
Para sentir
Para querer
Para viver
E no fim?
Ah, o fim!!!
Este é triste, frio, vazio.
Cheio de sinfonias mudas
Alegrias gélidas
Lamentos e lágrima.

Você lá e eu aqui

Não posso mais sonhar com você.
Não que eu não queira
Mas as possibilidades de estarmos juntas...
Perderam-se todas
Misturaram-se com as promessas que fizemos
E se perderam no mar dos acontecimentos

Não posso mais chorar por você.
Não é que não doa,
Mas a vida nos levou para lugares diferentes
Já não vemos as mesmas paisagens
Nem sentimos os mesmos aromas e gostos
Hoje é você lá e eu aqui.

Não posso mais brigar com o mundo,
Viver de ilusões.
Não é que eu tenha deixado de te amar
Apenas cansei de esperar por tempos tão longínquos.
Já não caibo em teu mundo...
Mas, ao certo que cabes no meu.

Colhemos hoje a escolha da espera,
As maçãs da saudade,
Os morangos da ilusão.

Já não somos mais o que éramos
E o que somos,
Onde estamos,
Para onde vamos.
O momento nos impede de ficarmos juntas.

Não é que não queiramos.
Queremos como aquele primeiro alvorecer
Queremos tanto, que o nosso querer chega a ferir...
Mas hoje,
É você lá
e eu aqui...

Mais uma vez

O tempo passa desordenadamente e eu acabo sempre aqui
Escrevendo para ti.
Falando em ti.
Pensando em ti.
Tudo mudou, menos este momento.
E quantas vezes pensei no que jamais acontecerá?
Criando situações em que de fato estamos juntas...
Mas o acordar é triste.
E perceber que o fim existe, mesmo que cada voz, cada pedido, seja por ti.
Isso não me impede de escrever.
Mesmo que você não saiba.
(Mesmo que nunca vá saber).

Resquícios de uma Partida

Disseste-me que ficaria tudo bem,
Mas não ficou.
Fizeste-me promessas que não pôde cumprir.
As coisas foram acontecendo.
E no final quase não nos falamos mais.
Prometeste-me que estaria aqui,
Que sempre estaria aqui por mim.
Mas eu estou só.
Sozinha como nunca estive,
Sem saber o que se passa comigo
E precisando desesperadamente de ti.

Tu foste.
Eu fiquei.
E descobri que a dor de quem fica é muito maior.
Descobri que tem coisas que simplesmente não podemos mudar,
Que alguém sempre tem de partir,
Mesmo prometendo ficar.

Não estás aqui para segurar a minha mão,
Para me fazer sorrir, mesmo entre lágrimas.
Não estás aqui para ser meu porto seguro,
Para dar-me inúmeras razões para continuar
(como só você sabe fazer).
Não estás aqui para cantar até eu dormir.

É, eu falei que ficaria tudo bem,
Mas não ficou.
Falei que superaríamos qualquer coisa,
Mas não é tão simples assim.
Preciso de ti...
E nem ao menos posso te dizer isso.
Mas, o que eu deveria ter dito era...
Que o teu lugar era (é) aqui;
Que nada mais é o mesmo depois que tu foste;
Que odiei dizer-te adeus;
Que odeio a tua ausência.

Mas, quando nos falarmos,
Fingirei um sorriso qualquer,
Perguntarei sobre a tua vida,
Segurarei as lágrimas...
E direi que está tudo bem.
E sentirei a tua ausência no silêncio ensurdecedor que me feri a alma.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Relento

Esses mundos internos, meu universo,
em que desbravo pensamentos,
nesse mundo de etéreo sentimento
de memórias criadas que conservo.
Todo um mundo trancado vou fazendo,

feito uma Deusa, em meu trono os observo,
e montando as histórias me disperso
ao moldá-las e vê-las se mexendo...
Nesses mundos internos eu sou Deus,

bem os crio sem tocar com dedos meus,
como uma jovem que inventa a sua paixão.
E por mais qu'eu recrie meus paraísos,

serão apenas uns fumos tão imprecisos
comparados à externa vastidão!

Revel

Um mundo escuro, sem futuro
bem rege os erros que me cercam
sem ar no vasto me esconjuro,
sem voz revolto ao que disseram...
Sem ar, sem cor, sem voz no escuro

sem velhos sonhos; a sós me velam.
Se ter um Dom ao qual procuro,
sem ter segredos que me esperam...
Um cinza em fel, d'um amargor,

que piso cada dia enfim...
Diante e só, só para mim...
Um mundo vão, com seu torpor,

e cada vez que piso ao léu,
minh'alma sangra o azul do céu!

Chances

Esse mundo de chances é encharcado,
feito nuvens chovendo a revelia,
feito um conto de fadas, fantasia
que bem torna concreto o resultado.
Tantas vidas vivendo na utopia

da alegria, tão felizes venturados,
são os espertos ourives premiados
c'o palpável- co'as chances - co'a alegria!
Olho o mundo com olhos sepultados,

em meus medos, meus traumas amarrados
em meu cais, bem... Jamais eu partiria...
Poderia partir, bem... Eu queria...

Mas acabo sentada e amargurada,
vendo tudo levar-se em ventania.

Realidade²

São desejos ilusórios,
fantasias em mel, deleite
para a criatura, bel enfeite
de momentos merencórios.


Foram cores tão bonitas!
Reluzindo num anelo
de um sonhar belo, tão belo
de tão real! Tal Moldavita...


Fora um mundo paralelo
de delícias, de desejo
nesse sonho que bem vejo
em lábios de caramelos...


Ilusão num peito aflito,
de um cinzento, de um concreto
desespero falso e incerto.
Ilusão, pois bem, repito...


Como tudo no universo,
que reflete outros lumes,
esse brilho que assume,
um reflexo, fato inverso...


Essas cores, essa graça
que me tanto extasias
e resume em fantasia
numa jóvem tão sem graça!

Realidade

A minha namorada, pedaço de rosa,
a boneca de tanta beleza,
era verso, também fora prosa
que mostrava com tanta destreza.


Mas não vale ter a inteligência,
se consigo mesma a conciência
bem lhe faz ser fraca ao seu impulso,
aos seus atos tantos tão confusos.


A minha namorada, pedaço de tudo,
o universo pousado em seu colo,
um amor perfeito e como tudo
,vai ser dor ao cair frio nesse solo.


Mas não vale assim só, se envolver,
no inseguro jogo metabólico,
as aminas sempre irão vencer
quem é fraco no campo lógico.


A minha namorada, fracasso no jogo,
perdeu-se, fácil pelo logro
do etanol... Fácil o proveito,
para todos, tal desse jeito.


Os amigos são falsos bem quando
a vantagem permite vitória
hedonista demônios se usando,
sem deixar um registro em memória.


A minha namorada de certo contou,
a inocência quebrada aos frangalhos,
e segundo a sua certeza, só uns malhos
acorreu e mais nadinha se ousou.


Mas seus olhos mostravam mentir,
como sempre não teve certeza
e esperava assim se iludir...
Não foi a única vez, nem primeira.

Apenas hoje...

Não diga o que devo fazer!
Não me mostre o que não quero ver!
Apenas sente-se ao meu lado, ouça essa canção.
Escute-me, não diga nada, não quero soluções.
Pela janela vejo as luzes, lá longe alguém canta.
Por isso não diga nada, apenas escute-me, preciso desabafar.
Não diga o que eu não posso fazer, não diga o que não quero ouvir.
Apenas hoje...
Finja que entende o que eu digo, finja que escuta o que eu falo.
Não vá embora caso eu tenha uma crise, olhe nos meus olhos, mas não diga nada, qualquer palavra, e toda magia acabará.
Apenas passe as mãos pelo rosto, segure meus cabelos, me beije, não sussurre nada em meu ouvido...
Apenas hoje... Vamos fingir que nada mudou.
“Mais do que palavras”, sem a interrupção do ontem nem do amanha!

Perdão!

Eu não queria dizer aquilo, mas saiu.
E ai? Não posso mudar o passado.
Há essa hora minhas palavras já não me pertencem, pertencem ao mundo.
Mas o que eu posso fazer a não ser te pedir perdão?
E o que pior tu podes fazer a não ser me odiar?

Querer... eu não queria!

Mas tive que seguir, mesmo sem saber onde iria chegar.
Apenas não queria percorrer caminhos já trilhados.
Não queria somente chegar onde outros chegaram.
Queria mais... Queria o meu próprio caminho,
Pisar onde ninguém havia pisado,
Sentir o que ninguém havia sentido.
Não sei se alguém encontrou a trilha que deixei...
Mas eu encontrei o que queria!

É a vida...

Me acorde, mãe! Meu mundo e cobertor
é o vasto, mãe, não importa que o rancor
do asfalto corte os olhos que contenho
eu tenho ao vasto, estrelas... sim! Eu tenho!
Me acorde, mãe! O lençol azul e densso
de mares frios, de nuvens... Tais condenço
dobrando em bol leve, que de ar,
eu posso ver por trás, estourar...
Mãe, a infância toda fora pelo esgoto,
as suas estórias foram no meu rosto.
Ficaram pregadas, como foram depois
uns tantos livros; aulas mais... depois.
O mundo cruel que vejo, no qual vivo,
de gelo e de sol, na dor com a qual convivo
no breu e na luz também fui bem feliz...
Mãe, eu sou feliz assim... Eu sou feliz...

Nosso Lugar.

De onde vem essa tristeza?
Vem tão devagar
Traz lágrimas para os meus olhos
E palavras para os meus versos
E uma vida inteira passa por mim...
Muitas lembranças; não consigo aliviar
A saudade qeu tenho delas.
Por hora farei uma prece
Para todos vocês, queridos amigos.
Não posso vê-los ou tocá-los
Mas mesmo quando nos amarram,
Não nos podem impedir de sentir.
E o amor me mantém viva.
Amor é esperança.
A mais louca e absurda esperança
De ter algum dia
O que não tenho agora...
Quando encontramos nosso lugar,
É fácil ver o que incomoda.
E então, choramos,
Por que éramos felizes.

Meu nome é Dor!

Eu sou a criança feia que o mundo rejeita. Sou a angústia e o rancor. Eu sou dor. Sou a voz muda que em silêncio chora a humilhação. Sou a dormência da vida, a vida vazia, o olhar sem vida. Eu sou dor! Sou a companhia mal acompanhada. Os sonhos de quem já não acredita em nada. Sou a solidão e o medo do amanhã que, juntos, se suicidam pela madrugada. Sou assim, o apelo pelo fim, o fim que nunca chega antes da última esperança desacreditada. Eu sou aquela que não acredita mais no amor, porque sou a dor. Sou a filha que a mãe rejeita. O rosto que a falsidade beija. Sou incompreensão que a compreensão descarta. O apagar de uma estrela. O vinho que entorpede a consternação, quando tudo que se tem é ilusão. Mas, no final, sou apenas aquilo que se descarta por não ter valor. Muito prazer, meu nome é Dor!

Meu nome é Luto!

Sou o luto de um amor proibido.
O luto e as lágrimas que a distância faz correr quando se perde uma irmã, uma amada, uma amiga!
Sou o luto de quem viu sua esperança ser a primeira a morrer.
O luto, que em luto, tenta juntar forças para lutar contra o mundo.
Isso já não é mais absurdo!
Sou o luto que queima com a vela, que vagarosamente dá espaço a escuridão.
Sou o luto do amor amado, mas ausente.
Sou sempre o ausente.
Nunca o presente.
Mas, quem haverá de sentir saudades da gente?
Me chamem assim: Luto!
Não preocupe-se comigo mais do que eu mereça.
Deixarei tudo com está.
Levantarei a cabeça.
Deitarei, dormirei...
Quem sabe ali, ela venha...
Quem sabe ali, os abraços e beijos não sejam reprimdos.
Quem sabe, no meu mundinho, o amor seja livre...
Isso não é o fim.
Apenas viramos a página.
Apenas, meu amor.
Você estará lá,
Eu continuarei no mesmo lugar de sempre.
Estarei esperando,
Estarei rezando,
Estarei como sempre estive... te amando.
Mas, até lá, não diga meu nome pelas ruas em voz alta,
pois meu nome agora é Luto.
E, Luto causa pesar.
Apenas lembre-se de mim como
Alguém que de passagem chegou em sua vida,
Mas teve de partir antes da aurora.
E, antes mesmo do alvorecer,
Estarei perpetuamente, ainda que não vejas,
ao teu lado!

Rima e Poesia

Inverta-me,
Vire-me do avesso e, ainda assim,
Encontrar-te-ás refletida em minh’alma.
Em emoções, embaraça-me a pele;
Em êxtase, desfaleço e renasço.
Nas linhas que o tempo deixou-me usar
Repouso meus sonhos em teus braços de amor.
Em ânsias tão almejadas,
Eis o ninho de minhas utopias.
Colho teus sorrisos!
Traga-me a melodia suave do teu sentir!
Embrenhando-me voluptuosamente em teus segredos,
Desfaço-me de meus medos.
Atenda aos apelos de minh’alma em desassossego,
Resplandeça no poente de minha esperança renascida,
Faça-me rima e poesia.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Do Nada ao Tudo

...Hoje vejo que sou meramente Nada,
Um Nada aprendendo Tudo,
Absorvendo o mundo,
Achando caminhos...
Foram-se meus dias de Inverno,
De auto-proteção,
De refugiar-me em mim mesma,
De omitir das minhas veias
O fogo que corre no meu gelo.
Com toda a tua gentileza
Retiraste a carapuça dessa Ermitã,
Fizeste-me Fogueira...
Liquidifiquei-me:
Do gelo efêmero ao vapor.
Do líquido ao fogo,
Tuas palavras ali,
Derretendo minha geleira,
Aquecendo o meu Inverno
Com fogo,
Com amor.
Do Nada ao Tudo.
Preciso de ti.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Minha Última Lágrima

Melhor seria se eu pudesse ver;
Intuição não faz muito sentido.
No escuro, todos são iguais.

Havia quem me guiasse.
Amigos nunca faltaram;
Único momento de alegria.

Letal é a certeza do vazio.
Todos sentimos isso um dia.

Imponente é o estado de defesa,
Mazela natural de qualquer ser vivo.

Aparece uma poça: Lágrimas por mim derramadas.
Através delas, me compadeço.

Gritaria se tivesse voz;
Ressurgiria das cinzas se tivesse forças.
Impressionante é o fim quando está próximo...

Minha última lágrima,
Amorteça todo o meu sofrimento.

Almas Pervertidas

Passos passageiros, compassados
feito um formigueiro em seu compasso
vão-se os passageiros agrilhoados.
Com seus familiares, em seus traços.
Vem nova remessa, sem espaço
vem mais de centenas desgraçados
por suas sinas de embaraços
com os seus problemas machucados.
Almas revoltadas na tormenta,
almas dos aflitos no universo,
ciclos corrompidos por seus vícios.

Boêmio

Vives envolto de amigos, de vozes;
nos bares cercado de gente.
Festas infestas, no vulto bem foges
da solidão, da verdade e sua mente.

Vives em grupos cercados de dentes,
todos falando e falando, são algozes
dos pensamentos que expurgas contente.
Teme o escuro e os seus tormentos atrozes.

Sorrindo e amando seguir multidões,
os clãs seletos, quaisquer variações
consomes só, meu Boêmio Estandarte.

E se o silêncio ressurgir violento,
assomará teus demônios - teu tormento,
os teus pecados e quem te tornastes.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Rei da tristeza

Choro as lágrimas de todo mundo
Na nossa guerra interior
Eu morri na outra noite
E aquelas reminiscências de alegria e tragédia
O que devo fazer com elas?

Quero lhe dar uma sopa para aquecer sua alma
Mas nada vai mudar não vai mudar mesmo
É só mais um dia para tudo recomeçar
Só mais um dia e nada acontece de bom

O DJ toca a mesma canção
Tenho tanto a fazer
Tenho de seguir em frente
Será que esta amargura vai me largar um dia?
Me sinto o rei da tristeza
O rei da tristeza

Acho que eu poderia sumir daqui
Vou estragar meu futuro se eu ficar?
É só mais um dia para tudo recomeçar
Só mais um dia e nada acontece de bom

O DJ toca a mesma canção
Tenho tanto a fazer
Tenho de seguir em frente
Será que esta amargura vai me largar um dia?
Me sinto o rei da tristeza
O rei da tristeza

Choro as lágrimas de todo mundo
Já paguei pelos meus pecados futuros
Não há nada nem ninguém
Que possa me livrar disso
É só mais um dia e nada acontece de bom

Eu sou o rei da tristeza, sim
Rei da tristeza
Eu sou o rei da tristeza, sim
Rei da tristeza...


De: Sade

sábado, 23 de maio de 2009

Verso Meu

Ó, verso meu, de formas inexatas,

De esboços opulentes e em vagos rumos,

De perigos profanos, de ufanas palavras.

Verso meu, que roto se desnudou, contudo.

Versos que das mãos tão perfumadas,

Pelos lânguidos passos se dissiparam.

Chorei um mar de orações sagradas,

Para limpar do tempo os meus olhos que amaram.

E do corpo doente a insensatez do mundo!

Eu queria agora ser como a taça de cristal,

E tilintar meu sorriso com a bela lavra.

Chorar, gritar, gemer, sem as travas.

Dos antigos momentos num timbre mortal,

Coser meus sonhos mais desnudos!

Camafeus

O vento retorna

Suave aroma de flores

Boa noite!

Floresta escurece

Anoitece!

Os vaga-lumes iniciam uma festa

A lua torna-se real

Redondamente gorda

Amarelamente encantada

Inconstante.

A lua inicia seu momento solitária

Surge um pressentimento, desilusão

A escuridão revela seus segredos

Medos! Medos!

Efêmero como o serpentear incoerente

Por traz dos véus, cristalizam-se os vaga-lumes

Caem sobre a terra, sonhos

Telas sobre tela, tintas perdem o tom

A noite dos pensamentos flutuantes

Confuso no espaço vazio

Qual mar, pesam em salgar

Pensamentos padecem sob a escuridão

Versos são lidos,

Por vozes, combatidos.

- O que são versos senão ventos?

O vento retorna

Suave aroma de flores

Versos jogados ao léu

A lua começa seu momento solitária

Poemas perdidos

Troféus desperdiçados

Desfazem-se.

O mundo mágico se finda

Aos pés de narcisos

Que dançam sozinhos a sinfonia do eu

Cristalizados em camafeus.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Aprendiz

Sou de mim esse próprio núcleo

único de platéia

que se joga ao delírio das vaias

torcendo para entrar em cena

abandonando o palco e

assistindo a todo esse espetáculo

num camarote escondido

de alguém que espera pelo que

um dia mostrará o que há

de ser o meu caminho

e colocará cenário em meu monólogo

música em meus versos de fim de noite

e abrirá finalmente as cortinas

para essa pequena aprendiz...

Ninho das Vespas

Nas alavelas cuspo, não me importo
Co’as maquiavélicas maquinações.
Todos abutres, cheiro nem suporto
Todos se nutrem d’outras sofridões.

Eu não me importo, sigo meias razões
Num matadouro vivo, com os mortos
Tenho descanso, volto em gerações,
Subo caveiras; sóbria, me conforto.

Pras alavelas, pouco me lixando
Tantas pessoas vivendo se matando,
Nessas intrigas, ninho de feridas.

E caminhando dentre a orla pútrida,
Talvez estoure alguém! Vem-me a dúvida...
Que alguém tire minha vida!

Fim

Tudo tem seu fim na corda do relógio,
um desmerecido preço em purgatório,
d'uma mesmerice pena para todos:
todos os colonos mais os visigodos,
todos sem terras, casas e horizontes;
eu desejarei saber detrás dos montes!
Dos antepassados mortos, se existiram,
as mais vergonhosas burras marmeladas.
Para compreender de fato as coordenadas,
para perseguir aqueles que já partiram.
Ponto! Tudo acabou não tem mais volta.
Nada! Tudo se fora! Que me importa!
Tudo gira e desanda como antes,
vermes ainda são velhos rastejantes
e devem... Deus! Devorar meus sentimentos,
tudo deve acabar no seu momento...
Eu queria voltar no tempo...

Palavras Trancadas

Prometa-me que chorarás sobre mares cinzentos, que não mais irás embora e que terás sentimentos. Que amanhã estarás de volta, como em todos os dias e que sempre se importarás com quem tanto quer. E que nunca tomarás da verdade a frieza e pensarás em seguir correntezas; o mundo girando não deseja perdê-la!
(...)
Esperar-te-ei no meu céu sem estrelas...

Apatia

Andas em círculos, foi se perder
nesta rotina almeja sei lá o quê
sabe não! Esquece do seu querer
mas nem se lembra de quem é o quê.
Sonha e re-sonha sonho a se esquecer,
quando se acorda e logo o sol se vê.
Sabe que algo vai esvaecer.
Sabe que algo tem, mas não se vê.
Franje sua testa, tenta se entender;
quer compreender a causa d'aflição,
quer é reter a idéia com a sua mão.
Mas não percebe que seu esmorecer
é a sua existência em decomposição
são seus ponteiros fracos na exaustão.

Mais um dia!

Mais um dia miserável para a maioria dos lúcidos.
Mais um dia antes de morrer.
Mais um dia para que se olhe no espelho e se deprima com a própria mediocridade.
Mais um gole de desesperança no dia que amanhece.
Mais um dia para superar a vontade de apertar o gatilho e mandar tudo para os ares.
Mais um dia para dizer aos intelectuais que eu cuspo, escarro, vomito em cada uma de suas regras de moral e conduta.
Mais um dia para encarar meus olhos e ver toda minha crueldade, angústia, dor, saudade, esperança.
Mais um dia para carregar todas as minhas culpas.
Só mais um dia de rotina.
Só mais um!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Direito de Partir


Vá! Mesmo consentindo o que não quero,

Seja feliz. E é isso o que mais espero.

Ainda que se esvaia meu coração sincero,

quando se parte, sem lhe querer deixar.


É, vá! Tens o direito de tomar

Teu rumo, sou consciente e sei que me acostumo,

preparando um desenho de flores que perfumo,

juntando pétalas caídas no estradar.


Vá! É uma nova vida. Um recomeço.

Estrada limpa,rota sem tropeço,

Incluindo um lar, um novo endereço,

Com novos sonhos e novas sensações.


Um renascer de quem nunca esteve morta,

buscando o abrir de uma nova porta que

ilusoriamente lhe transporta

à possibilidades de outras paixões.


Vá! Todos nós temos razão.

Os que ficaram. Também os que irão.

Os que dizem sim, os que dizem não.

Mas corajosamente ousam se decidir.


Vá! Mas ao chegar, olhe para trás,

pois nem tudo aquilo que nos satisfaz

nos conduz à tão buscada e esperada paz,

sobretudo para àqueles que teimam em partir.

domingo, 17 de maio de 2009

Quando Você Vai Embora


Eu sempre precisei de um tempo sozinha

Eu nunca pensei que precisaria de você

Quando eu choro

E os dias parecem anos

Quando eu estou sozinha

E a cama onde você deitava

Está arrumada do seu lado

Quando você vai embora

Eu conto os passos que você dá



VOCÊ VÊ O QUANTO EU PRECISO DE VOCÊ AGORA?



Quando você se vai

Os pedaços do meu coração sentem a sua falta

Quando você se

O rosto que eu cheguei a conhecer se perde também

Quando você se vai

As palavras que preciso ouvir pra sempre me fazer superar o dia

E fazê-lo ficar bem



EU SINTO A SUA FALTA

EU NUNCA TINHA ME SENTIDO DESSA FORMA ANTES



Tudo que eu faço

Me lembra você

E as roupas que você deixou,

elas estão espalhadas pelo chão

E elas cheiram igual a você

Eu amo as coisas que você faz

Nós fomos feitos um para o outro

Eu guardarei para sempre

Eu sei que fomos

Tudo que eu sempre quis foi que você soubesse

Tudo que eu faço eu dou minha alma e coração



EU MAL CONSIGO RESPIRAR

EU PRECISO TE SENTIR AQUI COMIGO



Quando você se vai

As palavras que preciso ouvir para sempre me fazer superar o dia

E fazê-lo ficar bem



EU SINTO A SUA FALTA
De: Avril Lavigne

quinta-feira, 14 de maio de 2009

MEU MUNDO e MEU TUDO!


INOCENTE É O OLHAR QUE OBEDECE A IMPOSIÇÃO DO CORAÇÃO. SEM DEFESA, SEGUE A LEI IMUTÁVEL. UM OLHAR QUE CONTÉM AMOR SÓ PODE ENXERGAR A QUEM AMA E AMA EM CONDIÇÕES DE VIDA OU MORTE... MEU MUNDO E MEU TUDO!


terça-feira, 12 de maio de 2009

My Immortal


I'm so tired of being here

Suppressed by all my childish fears

And if you have to leave,

I wish that you would just leave

'Cause your presence still lingers here

and it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal

This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase


When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me


You used to captivate me by your resonating light

Now I'm bound by the life you've left behind [never]

Your face it haunts my once pleasant dreams

Your voice it chased away all the sanity in me


These wounds won't seem to heal

This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me


I've tried so hard to tell myself that you're gone

But though you're still with me

I've been alone all along


When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me



Eu te amo, eu te amo!

(Sem excessões ou prerrogativas!)

Com amor,

Baby.

sábado, 9 de maio de 2009

Teorema

*Legião me inspira...

Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.
Parece energia mas é só distorção
E não sabemos se isso é problema
Ou se é a solução
Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão
É só você quem deve decidir o que fazer
Pra tentar ser feliz
Parece energia mas é só distorção
E parece que sempre termina
Mas não tem fim
Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer
Parece um teorema sem ter demonstração
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.

Por Enquanto


Mudaram as estações

E nada mudou

Mas eu sei

Que alguma coisa aconteceu

Está tudo assim tão diferente...

Se lembra quando a gente

Chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre

Sem saber

Que o pra sempre

Sempre acaba...

Mas nada vai

Conseguir mudar o que ficou

Quando penso em alguém

Só penso em você

E aí então estamos bem...

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

E nem desistir, nem tentar

Agora tanto faz

Estamos indo de volta pra casa...

Legião Urbana

É só isso que passa pela minha cabeça.
Andrea Doria

Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...
Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro...
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir...
Não queria te ver assim
Quero a tua força
Como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada...
Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...
Até chegar o dia
Em que tentamos ter demais
Vendendo fácil
O que não tinha preço...
Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...
Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também...


Quase sem querer

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranqüilo
E tão contente...
Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira
Mas não sou mais
Tão criança, oh! oh!
A ponto de saber tudo...
Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo
O mesmo que você...
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto...
Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero
O mesmo que você...
Oh! Oh! Oh! Oh!...

Tempo Perdido
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens!
Tão Jovens!...