sábado, 25 de abril de 2009

O Repto

Quem quiser asselvajar o meu olhar;

Terá que descobrir onde eu escondo meu lado desumano;

Terá que convencer meu ego obscuro a se auto-estribar;

E cobrir de púrpura o meu eu leviano!


Quem almeja dilapidar as fronteiras que me dei;

Terá que me apresentar o que em mim eu ignoro;

E me fazer abandonar os cuidados que tanto diligenciei;

Terá que me ensinar a desprezar todo o perdão que até hoje imploro!


Quem pretende distorcer as minhas equalizações;

Precisará me circulunar e descobrir a minha lua oculta;

Terá que vestir de clangor as minhas solidões;

Terá que ludibriar a minha serenidade com uma proposta estulta!


Quem desejar manter um arsenal onde eu só guardo flores;

Terá que alimentar o meu olhar com um pão psicodélico;

Precisará evitar a concretização dos meus rumores;

Terá que converter meu paraíso em território bélico!


Muitos já tentaram confundir meus trilhos;

Muitos seduziram meu espelho a refletir o que não sou;

Tantos me disseram que sou escrava de meus estilos;

Mas nem a minha metamorfose até hoje me modificou!