quarta-feira, 6 de maio de 2009

Garranchos

Nas singelas mãos dos pequeninos,
delicados dedos mal se movem,
segurando crayons, na cartolina.
Concentrados olhos, esses meninos
bem laboram coisas que absorvem
misturando cores que os fascinam.
Rabiscam, rasgam, se lambujam,
andam, perdem, quebram um giz,
quebram todos, comem alguns.
E das cores usam bem abusam
com os olhos feito um aprendiz
fascinado em tudo e em qualquer um.
Desenhando linhas, vem desenhos,
vão montando mundos insondáveis
vão formando fundos pensamentos.
Giz de cera arranham com empenho
das infâncias findas e intocáveis,
como tantos anos derretendo...
Doze cores, todas na caixinha,
são mais belas juntas que sozinhas,
são mais belas as novas que as usadas...
E o desenho em traços garranchosos
mesmo sendo estranhos e horrorosos
são as mais puras obras desenhadas!


Para a minha prima Jô.