sábado, 23 de maio de 2009

Camafeus

O vento retorna

Suave aroma de flores

Boa noite!

Floresta escurece

Anoitece!

Os vaga-lumes iniciam uma festa

A lua torna-se real

Redondamente gorda

Amarelamente encantada

Inconstante.

A lua inicia seu momento solitária

Surge um pressentimento, desilusão

A escuridão revela seus segredos

Medos! Medos!

Efêmero como o serpentear incoerente

Por traz dos véus, cristalizam-se os vaga-lumes

Caem sobre a terra, sonhos

Telas sobre tela, tintas perdem o tom

A noite dos pensamentos flutuantes

Confuso no espaço vazio

Qual mar, pesam em salgar

Pensamentos padecem sob a escuridão

Versos são lidos,

Por vozes, combatidos.

- O que são versos senão ventos?

O vento retorna

Suave aroma de flores

Versos jogados ao léu

A lua começa seu momento solitária

Poemas perdidos

Troféus desperdiçados

Desfazem-se.

O mundo mágico se finda

Aos pés de narcisos

Que dançam sozinhos a sinfonia do eu

Cristalizados em camafeus.