quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Usurpação


Violou-me, rasgou-me, sufocou minha juventude;
Roubou minha inocência;
Diluiu, degradou minha verdade;
Mutilou meus órgãos, rasgou-os em pedaços;
Beijou-me com seus bordos culpados, manipulou minha cabeça;
Amarrou-me nos nós que sabias que eu não poderia desfazer;
Sussurrou o doce, promessas falsificadas, até que eu caísse apaixonada;
Vestiu-me acima da vergonha e da culpa;
Girou o alimento em um crime;
Convenceu-me que era preciso manter-te aqui;
Fez-me mentir, gritar;
Removeu minhas esperanças em ser fidedigno;
Nivelou minha vantagem, Doce Homem da Corte;
Pareces sempre ganhar.
Do meu modo, te coloco a sua maneira;
Sabemos quem você é: azáfama.
Dissestes que isto foi o que quis, e do vácuo locupletou-me.
E quando te falei: - "Tive uma mente..." - e todo meu ódio foi derramado...
Olhou-me nos olhos e disse:
-"Não é violação quando estás disposta a tudo".
(...)
D'autre, je encore vivant!