quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Escrever

Escrever é um pouco como absorver-se em pensamentos.
É chorar, sorrir, dilatar-se em palavras perfeitamente engenhadas.
No profundo da inconsciência que traz o passado, o presente e o futuro.
Assim como cortes profundos ainda expostos.
Escrever é exalar a essência e a cor da alma.
Em folhas pautadas de amor ou dor.
O conteúdo já não importa, quando elas simplesmente surgem.
É crescer, criar outros mundos, mas é também renascer.
Explorar a si mesmo, visitar lugares nunca imaginados.
Criar outras reflexões, exteriorizar sentimentos.
Conceder, agradecer e soprar argumentos aos quatro ventos.
Navegar em mares profundos de sabedoria substancial.
É também desabafar pra sobreviver.
É também temer...
Escrever é muitas vezes fugir, se refugiar dentro de si.
É buscar-se em uma caverna escura e sombria.
Escrever é um pouco como alimentar-se.
O poeta quando tem fome alimenta primeiro a alma.
Depois se diz satisfeito atrás de uma pequena xícara de café.
Vaidoso ao observar suas palavras em trêmulas letras.
Escritas no velho papel pautado que um dia usou.