sexta-feira, 27 de março de 2009

Estrada do Eu Sozinha


Tais passos,

vazios, sombrios, longos, cansados, feridos,

zangados, sofridos, amados e, tão logo, somente frios.

Esses que não marcam onde foram nem sempre dizem aonde vão.

Tais olhos que não se conhecem, talvez nunca se verão.

Essa sombra que nos espreita na ânsia pelo desconhecido futuro,

somos um a procura do outro sem que nós mesmo saibamos;
ainda nos procuramos.

Essas estradas e vias são tão sujas, às vezes tão frias
que nos desorientam, nos mostram nossos reflexos,

nossa razão; essa tão extensa quanto nossos sonhos.
Quando se dilatarem ao se verem nesses caminhos,

será um ciclo vicioso, de encontros e de paixões, de encontros e sensações,

com toda nossa fome um pelo outro, nos devoraremos como vampiros,

deitados numa cama, na areia, em sonhos, pensamentos,

ao vento, relento, faremos canções.

Te sugarei pelos seus desejos, sem que sejam esses os meus.
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Bloco da Solidão
Angústia, solidão,
Um triste adeus em cada mão,
Lá vai meu bloco, vai,
Só desse jeito é que ele sai,
Na frente sigo eu,
Levo o estandarte de um amor,
O amor que se perdeu no carnaval,
Lá vai meu bloco,
Lá vou eu também,
Mais uma vez sem ter ninguém,
No Sábado e Domingo,
segunda e terça-feira,
E quarta-feira vem,
O ano inteiro,
É todo assim,
Por isso quando eu passar,
Batam palmas pra mim.
Aplaudam quem sorrir,
Trazendo lágrimas no olhar,
Merece uma homenagem,
Quem tem forças pra cantar,
Tão grande é a minha dor,
Pede passagem quando sai,
Comigo só,
Lá vai meu bloco, vai...
De: Maysa Monjardim