domingo, 28 de outubro de 2012

Fábula

Olha o mundo num olhar tão distante...
Sonha alto como um pássaro preso,
em gaiola num abismo profundo
com o céu lá alumiando em desprezo.

Olha as nuvens navegando letargas,
tais gigantes de existência tão breve
já viveram mais da vida e do mundo
que o perdido em gaiola não vive...

Olha estrelas lá brilhando no alto,
são as alminhas penduradas no breu.
Porém delas ele entende, compreende
pois no abismo também se perdeu...

Ele assiste cá de baixo as estrelas...
Elas assistem lá do alto o perdido...
Como espelho que quebrado em pedaços
tem mil olhos por luzir refletidos...

Ele as ama por saber, na empatia,
do que passam. E as estrelas também,
pois são ambos nesse mundo pregados,
lá fardados a existir sem ninguém...

A assistir um universo completo
a dançar... Por dançar em suas frentes
se mostrando colorido e diverso
fractal tão natural e demente...

Nos opostos de seus mundos vigentes,
as estrelas e o perdido se vêem,
e bem sabem a que mundo pertencem
e se amam no fadar que contêm...

Como eu cá contigo minha amiga,
eu te amo por saber... por passar...
Por problemas qu'eu também fui conter,
mas não sei se no fundo seu olhar...

Bem... É como  do perdido e as estrelas:
Que no fim, é só um maluco a sonhar
ser amado por um mundo distante
só de hélio incandescente a queimar!


(Só porque aprendi a rimar!)