terça-feira, 10 de agosto de 2010

Olhos

São olhos que carregam os abismos,

portais de aberrações esquecidas

no termo dos maus sonhos, são feridas,

são as feridas encobertas de cinismo.

 
São olhos que num antiluminismo

apagam as verdades que vencidas

se esquecem num cáustico ciclismo

e em um redemoinho. Vai-se sua vida!

 
Olhar de descaminho e indiferença,

que ergue-se nas torres mais errantes,

mais distantes dos rumos os olhos cegos.

 
São olhos que criados na violência,

tomou no seu crescer por relevante

o Ódio e co’ rancor fincou-lhe a pregos.