sábado, 26 de novembro de 2011

Impensado

Todas as suas mentiras...
Há um motivo para tais
Obscuros seres existirem...
Um mundo de peças encaixadas
Gozando de toda subsistência.

Herdeiros são o que há de melhor.
Travam batalhas por nada...
Liberdade é apenas conseqüência;
Engana-se quem acredita que a possui.
(...)

Se soubessem o que é o ódio,
Saberiam o que é o amor.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

130 Anos

Caro é transformar-se num arremedo de si próprio a ponto de nem se reconhecer mais
Hoje eu tenho 130 anos, isso não estava nos meus planos
Você sabe, a desordem é tenaz.

Tantos laços, tantas amarras
Os controles, pretensões
Nada adianta se o vento não soprar

Esse vento sob minhas asas,
Eu não mando mais em nada.
Sei que é alto, mas eu vou pular

O que todos vão dizer
E aonde vão chegar
Nem os olhos podem ver

Decidido, eu não volto pra casa
Ao lar, ao corpo e todas as palavras
Que a vontade, conseguir pensar.

Segue o vento sob minhas asas
Eu não mando mais em nada
Sei que é alto mas eu vou pular

O que todos vão dizer
E aonde vão chegar
Nem os olhos podem ver


By: Agridoce

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Além de mim

Hoje não quero pensar
Pensar me enlouquece
Quero apenas me perder
No sentir
O sentimento mais puro
Mais sutil que o ar
Mais diáfano que o véu
Talvez voar
O vôo mais rasante
Ou talvez mais alto
Além das nuvens
E num instante
Além do céu
Além de mim...

Mágoas Caladas

Eu hoje solucei minhas mágoas
Amaldiçoei sua frieza
Estampada num rosto
Que já não tinha certeza

Quis esquecer todos os infortúnios
Marcados nos olhos cansados
De olhar  histórias rasgadas
De abrigar sorrisos forjados.

Me joguei nos trilhos da vida
Atropelei-me em letras confusas
Reli de meu conto a frase mais querida.
Me flagrei a soluçar cansada das palavras.

Então calei minhas mágoas
Nesses soluços marcados no olhar
Lavou-me a alma sedenta
Quis então esquecer para não mais chorar.



Lágrimas

Choro, me afogo em lágrimas
É meu rio, meu abismo, meu mar
Que rabisca ondas nas entrelinhas
De minhas palavras latejantes
De meus sonhos ainda a caminhar.

O mar de meus olhos
Tem gosto do sal
Em notas de canção
Fere minha saudade, minha face,
Falta-me o sorriso, choro de solidão.

Canto, me perco em canções
È minha saudade, meu sal, meu alento
Que me traz o insólito gosto de lembrar
De  minhas belas memórias
De meu mais tórrido pensamento.

O sal de minha boca
Tem o gosto da canção
Molhada  de lágrimas
Fere minha saudade, meu peito...
Falta-me o ar, pulsa o coração.

Sofrimento

Não há viver sem dor
Algo que mata, dilacera
Sofrimento, desamor
Ser imune eu quisera.

Mas não há vacina eficaz
Que nos livre dessa doença
Todo esforço é em vão, desfaz
Toda a chance, toda crença.

Não,não quero ser pessimista
Apenas encaro a realidade
Sou uma vivente realista.

Não fujo de meu destino
embora o deseje diferente
Mesmo que seja um vão desatino.

E por falar em saudades...

E por falar em saudades vivo a sentir
Sua doce presença na sombra da noite
Qual vento que passa em leve açoite
E na orla do dia voar sem sumir.

És anjo? Não sei, mas tens a brancura
Da neblina forjada no meu amanhecer
Do meu corpo sedento de tanto querer
Arde o desejo, me perco em loucura.

Clamarei, oh! saudade! Destino maldito
Que invadiu minha vida sem eu temer
Sentir suas sombras eu já não resisto

Saudade, oh! dor! Já a ti  não suporto
Sem o anjo orvalhado de minha manhã...
Seguro seu manto, aonde me aporto.

Meu Eu Em Mim

Não falo de mim
Falo do eu que está aqui dentro
Que me faz olhar pela vidraça
E  ver além das míninas gotas de chuva
A cair no asfalto

Não falo de mim
Falo do eu que quer sair por ai
Que me faz olhar o tempo
E  ver além de suas marcas profundas
Na pele cansada

Não falo de mim
Falo do eu travestido de máscaras
Que me faz olhar a alma
E  ver além do que tenho sido
E me despir

Não falo de mim
Falo desse eu desnudo que mira-se
No espelho da alma
E não vê senão um véu
Que cobre o seu ser.